Porque sim não é resposta! E porque não?
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Os balões que se seguram
Estou a olhar para o tecto da minha sala onde ainda andam dois balões, resultado das festas aqui do Pinhal Novo. São dois golfinhos, um azul e outro rosa. Iguais. Um do Rodrigo outro da Inês. Coisas de avó. Estão amarrados um ao outro. O da Inês continua coladinho ao tecto, meio vazio, mas no ar. O do Rodrigo está mais murchito, mas também ainda no ar. A Inês é assim, arrebitada, cheia de energia, com as suas rodinhas, vulgo aranha, cola-se ao Rodrigo, puxa por ele ,quando ele tranquilo quer ver os seus desenhos animados. No alto dos seus recentes 12 meses, grita-lhe e diz-lhe "Olá!". Chama-lhe " Didite". Ele é sereno e muito tranquilo. Mimoso e irmão mais velho. Os dois balões estão no tecto da sala. São como eles. Espero que a Inês continue assim pela vida fora. De mão dada com o Rodrigo mesmo quando os dias forem menos azuis. E que puxe por ele, para cima, mesmo quando ela própria começar a murchar, como o golfinho rosa.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
" As vossas vozes abrem os nossos corações"
Não sei que escreveu, posso imaginar o contexto porque também o vivo. Ontem esta frase, num determinado lugar, bateu no meu coração. Quanto do nosso tempo é gasto a destruir o que se apresenta perante nós? Quando falo nisto, não falo necessariamente de grandes feitos e muito menos com falsos moralismos. Falo de vidas e de pessoas, e de pais e filhos. Falo do trabalho de alguém. Quantas e quantas vezes o nosso pensamento voa para o mal e não para o bem? O meu voa. Algumas vezes. E ontem alguém, seja ele ou ela quem fôr, escreveu numa parede colorida que a minha voz abre corações e modifica-os. A minha voz permite-me dizer a alguém o quanto ele é precioso, o quanto o seu esforço é uma recompensa futura. Há quem não ouça. Há quem não fale. Há quem não veja. Mas o amor, a ternura e a excelência da amizade sentem-se. Todos sentem. E todos a podem transmitir.
sábado, 15 de maio de 2010
E foi assim...
Foi há 1 ano atrás que mudei. Mudar não significa uma alteração para pior, mas significa obrigatoriamente uma diferença. Desde que engravidei da Inês passei a experimentar sentimentos que nunca tinha experimentado antes. O principal foi achar que não iria conseguir amar duas crinaças da mesma maneira, que iria passar a dar mais atenção a uma do que a outra, ou a preocupar-me com as duas de maneira diferente, porque os corações não se dividem. Foi nesta altura que chorei mais do que em qualquer momento da minha vida, porque achava que me estava a tirar ao Rodrigo. Isso representava uma injustiça muito grande. Hoje sei que o amor efectivamente não se divide. Sei também que não se gosta mais de um filho do que se gosta do outro. Dava a minha vida com a mesma intensidade por qualquer um deles. Sei que cada um tem o seu lugar e ser mãe é ser completa na tarefa dura de amar incondicionalmente o presente e o futuro que não aconteceu. Sei que os dois me preenchem como se não houvesse espaço para mais ninguém. Às vezes nem para mim.
Percebi que tudo ía mesmo mudar quando a Inês nasceu às 35 semanas e um dia. Quando acordei muito mais cansada do que o habitual. Tomei banho e comi. Quando disse aos meus sogros, que pintavam a minha casa desalmadamente: " - Vou deitar-me na cama um bocadinho para descansar!". Eram 10 horas e tinha dormido a noite inteira. Percebi que a Inês iria mudar mudar a minha vida quando a bolsa das águas se rompeu e eu pensei alto: " - Oh filha, era só mais um bocadinho!". Depois de verificar tudo como manda o protocolo: a cor, abundância, a ausência de cheiro das águas o resto foi tudo muito controlado. O stress desaperecu instantaneamente. A adrenalina dominou e liderei tudo, até mesmo no hospital onde eu não queria que a Maria Inês nascesse. Mas não tive tempo para riscos.
Era tão minúscula a minha filha e tão feia:). Mas era tão nossa e tão viva. Não sabia mamar, mas chuchou no dedo minutos depois de nascer. Gemia imenso, porque tinha frio. O resto são histórias que ficam para recordar. Hoje é uma fofura. Ama a vida. Tem pressa para tudo. Acorda a sorrir. Tem imensos dentes. Come tudo o que consegue apanhar. Faz birras e finge que chora. Ama o Rodrigo e cresce cada momento que se aproxima dele. Dorme a noite toda. Faz sestas. É muito teimosa e persistente. O Panda deverá ser num futuro próximo, o meu genro. Detesta vestir-se, mas sabe quando está linda de morrer. Dorme agarrada a uma almfoda que era minha e que é sem dúvida maior que ela. Chucha no dedo. Dança e bate palmas. Adora crianças. Sabe quando eu me vou embora embora sem eu sequer dizer: "-Adeus!". Um ano, princesa. Tu tens um ano e mudaste a minha vida porque quiseste aparecer nela. Porque já me levaste ao extremo da minha condição física quando literalmente querias respirar o meu ar, quando adormecias com o teu nariz colado ao meu. Amo-te canica.
Percebi que tudo ía mesmo mudar quando a Inês nasceu às 35 semanas e um dia. Quando acordei muito mais cansada do que o habitual. Tomei banho e comi. Quando disse aos meus sogros, que pintavam a minha casa desalmadamente: " - Vou deitar-me na cama um bocadinho para descansar!". Eram 10 horas e tinha dormido a noite inteira. Percebi que a Inês iria mudar mudar a minha vida quando a bolsa das águas se rompeu e eu pensei alto: " - Oh filha, era só mais um bocadinho!". Depois de verificar tudo como manda o protocolo: a cor, abundância, a ausência de cheiro das águas o resto foi tudo muito controlado. O stress desaperecu instantaneamente. A adrenalina dominou e liderei tudo, até mesmo no hospital onde eu não queria que a Maria Inês nascesse. Mas não tive tempo para riscos.
Era tão minúscula a minha filha e tão feia:). Mas era tão nossa e tão viva. Não sabia mamar, mas chuchou no dedo minutos depois de nascer. Gemia imenso, porque tinha frio. O resto são histórias que ficam para recordar. Hoje é uma fofura. Ama a vida. Tem pressa para tudo. Acorda a sorrir. Tem imensos dentes. Come tudo o que consegue apanhar. Faz birras e finge que chora. Ama o Rodrigo e cresce cada momento que se aproxima dele. Dorme a noite toda. Faz sestas. É muito teimosa e persistente. O Panda deverá ser num futuro próximo, o meu genro. Detesta vestir-se, mas sabe quando está linda de morrer. Dorme agarrada a uma almfoda que era minha e que é sem dúvida maior que ela. Chucha no dedo. Dança e bate palmas. Adora crianças. Sabe quando eu me vou embora embora sem eu sequer dizer: "-Adeus!". Um ano, princesa. Tu tens um ano e mudaste a minha vida porque quiseste aparecer nela. Porque já me levaste ao extremo da minha condição física quando literalmente querias respirar o meu ar, quando adormecias com o teu nariz colado ao meu. Amo-te canica.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Há um ano atrás
por esta altura eu sei muito bem o que é que estava a fazer. A resposta é: nada. Não fazia rigorosamente nada. Os meus dias resumiam-se entre escolher dormir no sofá ou na cama. Há um ano atrás por esta altura eu pesava mais 10 Kgs. Tinha varizes horripilantes até em sitios assim... pronto. Usava uma cinta e meias de descanso que passei a amar, tal não era a necessidade. Tinha um pequeno poltergeist na minha barriga que esfregava a cara e parecia que os braços queria sair para fora a qualquer custo. Há um ano atrás a minha casa estava a ser pintada e eu e o André dormíamos no quarto do Rodrigo, com ele. E foi uma galhofa. Há um ano atrás, exactamente neste dia, eu senti a necessidade de preparar o ninho. E preparei, sem dizer a ninguém o porquê. Eu não acreditava nessas coisas dos "antigos". Obriguei o André a fazer uma lista do que me faltava para a Maria Inês. Não uma lista qualquer. Uma lista com cores e quadradrinhos onde se podiam pôr cruzes naquilo que ia ficando tratado. Uma lista onde descrevi em pormenor onde estavam todas as coisas possiveis e imaginárias. Pedi-lhe para imprimir e para deixar sempre com ele. Ele não o fez. Há um ano atrás revi a mala do hospital mil vezes e coloquei a primeira roupa num envelope feito pela avó. A roupa mais pequenina que tinha. Há um ano atrás chorava imenso porque não podia pegar no Rodrigo ou dar-lhe de comer. Há um ano atrás contava os minutos para que durasse tudo mais um pouco e pedia encarecidamente à minha princesa para não ter pressa. Há um ano atrás devorava livros e séries e ... não, não comia muito, porque a Maria Inês adorava quando eu comia e eu não conseguia suportar aquela luta na minha barriga ,como se eu não contasse para nada. Como eu a amava e amo. Como eu a queria e quero. Como ela veio mudar a minha vida desde o primeiro dia da sua existência. Eu sei qual foi este dia:).
Dia 15 de Maio de 2010, eu conto o resto.
Dia 15 de Maio de 2010, eu conto o resto.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Pasmem-se os que me conhecem muito bem
A única vez que me lembro de não temer de morte as agulhas, sejam elas de que tipo, a análise ao sangue, a bela da vacina, a picada no dedo, enfim... foi durante a gravidez. Porquê? Não sei. Era por uma causa nobre excelente. Eu sou totalmente irresponsável no que toca às minhas vacinas e afins. Sou mesmo. Agora vem o bummmmm de toda esta conversa: sexta-feira fiz a primeira sessão de acupuntura. Pasme-se o mundo e eu própria. Tenho-me sentido muito mal. Cansada, tonta, cabeça leve, dor de cabeça... e supostamente não tenho mesmo nada. Fui radical e lembrei-me da medicina tradicional chinesa. Não é uma coisa daquelas esquisitas e obscuras. É uma coisa limpinha e muito, muito eficaz. Tremi dos pés à cabeça quando entrei lá. E disse que estava a morrer de medo. E disse que não sabia se acreditava que aquilo fosse funcionar. E disse também que estava cansada de me sentir mal e de não ter qualidade de vida. O "Dr." disse-me que tudo iria passar. Meteu as mãos na massa, leia-se nas minha costas. E eu estalei e estalei e estalei. " - Muito má esta cervical! Muitas tonturas, muitas tonturas!"( leia-se isto com sotaque do Norte da Europa). Depois vá de espetar as ditas agulhas. Dizem que não dói. A mim doeu-me. Na orelha foi o horror. Fiquei de molho uma hora. E não é que quando me levantei parecia outra pessoa? As tonturas desapareceram MESMO!!! Ainda não estou bem, mas vou ficar. Senti uma leveza nas costas como há muito tempo não sentia. Aliás nem me lembro já de como era bom.
Esta semana vou novamente. E vou com o mesmo medo e com a ideia de que vou para a cruz. No entanto, é por uma boa causa.
Esta semana vou novamente. E vou com o mesmo medo e com a ideia de que vou para a cruz. No entanto, é por uma boa causa.
domingo, 18 de abril de 2010
"- Devia de ir para umas termas, sozinha. Durante 15 dias!"
E quando de repente toda a gente resolve dizer o mesmo... a frase mais ouvida perante os meus queixumes dos últimos 2 meses é: "- Cansaço! Tem que descansar!". Hoje alguém teve a lata de dizer que eu deveria de ir para umas termas durante 15 dias. Por dentro tive vontade de apertar o pescoço da Sra-Dra-tão-bem-posta-que-até-enerva. Quinze dias!!!!???? Sozinha, sem a minha vida que está nestas duas criaturas pequeninas e sem a criatura grande com quem decidi viver até ao fim dos meus dias??? E depois levantam-se os que dizem que tenho que cuidar de mim, se eu não estiver bem, não vou poder fazer isto e aquilo e o outro. E eu sei isto tudo de cor e salteado. Porque não sou parva. Porque sou responsável e consciente de mim. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra bolas...que me enervam! Porque se está certo que tenho que descansar e moderar algumas coisas na minha vida, também está certo que são estas três pessoas que me alimentam todos os dias com a sua simples presença, com os sorrisos e lágrimas. Com as piadas tolas que me fazem rir sem parar. Deixá-los quinze dias? Só se não conseguisse suportar mais nada. Só o faria se a minha presença fosse pior para eles do que a minha ausência. Estou ofendida...
sexta-feira, 19 de março de 2010
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