sábado, 30 de janeiro de 2010

A nossa pele

Esta é uma semana de algumas pequenas grandes decisões. O projecto que borbulha cá dentro pode finalmente ter asinhas para voar. Depois vou escrevendo sobre o assunto.
Desde que fui mãe, e que durante a gravidez, principamente da Inês, algumas coisas não correram como esperado, fiquei com um pequeno desejo no meu coração: um dia trabalhar com mães grávidas ou pós parto. Este trabalho seria um trabalho emocional e completmente inserido na minha futura formação. As grávidas passam por transformações muitas vezes levadas ao extremo, físicas, mas principalmente, e a meu ver, emocionais. Tudo é novo, até na segunda gravidez. Não quero com isto dizer que é uma transformação negativa. É uma transformação que por si só vale o que vale. Temos que lidar com um turbilhão de sentimentos desconhecidos. Lê-los em livros é diferente de os sentir na pele. Por mais amadas que sejamos, por mais compreendidas e queridas, cá dentro há sempre qualquer coisa que não conseguimos traduzir por palavras e que nos tornam ansiosas e inseguras. Eu tive essa necessidade. O Rodrigo era muito bebé (19 meses) quando engravidei da pequena Xi,  e a dada altura senti que lhe estava a falhar. Senti muitas vezes a frustação e a amarga tristeza de nem banhinho lhe poder dar. E os danos que isto provoca em nós? Toda a gente à nossa volta nos ajuda, quem tem essa sorte, eu tive, mas nós vestimos um fato que se torna a nossa pele: SOMOS MÃES. Somos nós que devemos estar para tudo, somos insubstituiveis, ninguém sabe como nós, sente como nós, acarinha ou entende como nós. Deixar de fazer esforços é fácil de dizer. Quando temos outro bebé é muito díficil de cumprir porque é um total paradoxo.

Eu tinha e tenho imensa necessidade de falar e de ser ouvida. Isto despertou uma luzinha cá pelas minhas entranhas e vamos ver no que vai dar...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E depois da varicela...

Duas semanas em casa para o meu filho é sem dúvida o pior castigo qe alguma vez lhe poderei aplicar. Ele anda para a frente e para trás. Ele já não quer saber dos brinquedos dele. Ele agora brinca com os utensílios da lareira e com as gavetas e com tudo o que não é suposto. A expressão dos avós encaixa na perfeição: " - Está preso!"

Quem tem ficado com ele é o super papá, que entretanto adoeceu também. Eu levei durante este tempo a I. para a casa da minha mãe, diariamente. E qual é o espanto se disser que também ela adoeceu de uma virose-daquelas-que-são-chatas-e-demoram-a-largar?Nenhum.

Agora saradas as feridas, literalmente, acabadas as febres e os ranhos estamos de volta. Eu sobrevivi. Deixaram-me ter ranho durante 2 dias. Bom não é?

Exame de estatística dia 2 de Fevereiro. É a minha cruz. Há quem tenha varicela, enxantemas súbitos, otites e amigdalites. Eu tenho ranho e um exame de estatística.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SOS esquentadores!!!

Ah pois é... Quando eu pensava que já tinha visto muito, eis que o meu esquentador avaria. A bela e desenrascada da Susana mete mãos à obra, à procura do dito do especialista para resolver o problema. Opá... não vou dizer o nome, nem a empresa porque apesar do figurão, adorei o homem. Mesmo ao telefone quase, mas foi quase, que lhe tirei a pinta toda. Disse ao meu Sr. Esposo:"- Faz como quiseres, mas quando o Sr. L. vier cá a casa, quero-te aqui!".

Passo a descrever: Bota de bico preta e calça de ganga boca de sino; camisola de lã, grossa e de gola alta, com maguinha arregaçada; cabelo ao caracol e olho azul, after -shave...enfim nem sei o que dizer. Ah e uma bata azul, muito importante!

O dito entra como se já nos conhecesse. Tudo bem, porque eu também gosto de pessoas assim. Abre a mala das ferramentas e saca de uma chave inglesa. Num gesto rápido como de fosse sacar de uma pistola aponta para o esquentador e ouve-se: " - Arghhhhhhhhhhhhhh!". Posto isto desaperta o dito e eis que faz o seu diagnóstico. Eu fugi. Literalmente. Não me consegui conter. O meu Sr. Esposo mantem-se hirto e consegue dominar a postura que teimava em sucumbir perante tal individualidade. Conto-nos a vida que tinha, os clientes que tinha, as bifanas que comia pelo caminho.Enfim, depois desta entrada abrupta no nosso equipamento o Sr. L. só não jantou, porque antes tinha passado não sei onde tinha comido uma " sande de queijo com presunto muita manhosa" e bebido uma mini.

O esquentador tem os dias contados, mas ficou a funcionar. O contacto do Sr. L. ficou na agenda para futuras necessidades. Afinal não sou tão má a encontrar especialistas em electrodomésticos como em marcar férias (fica para depois).