segunda-feira, 14 de junho de 2010
Os balões que se seguram
Estou a olhar para o tecto da minha sala onde ainda andam dois balões, resultado das festas aqui do Pinhal Novo. São dois golfinhos, um azul e outro rosa. Iguais. Um do Rodrigo outro da Inês. Coisas de avó. Estão amarrados um ao outro. O da Inês continua coladinho ao tecto, meio vazio, mas no ar. O do Rodrigo está mais murchito, mas também ainda no ar. A Inês é assim, arrebitada, cheia de energia, com as suas rodinhas, vulgo aranha, cola-se ao Rodrigo, puxa por ele ,quando ele tranquilo quer ver os seus desenhos animados. No alto dos seus recentes 12 meses, grita-lhe e diz-lhe "Olá!". Chama-lhe " Didite". Ele é sereno e muito tranquilo. Mimoso e irmão mais velho. Os dois balões estão no tecto da sala. São como eles. Espero que a Inês continue assim pela vida fora. De mão dada com o Rodrigo mesmo quando os dias forem menos azuis. E que puxe por ele, para cima, mesmo quando ela própria começar a murchar, como o golfinho rosa.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
" As vossas vozes abrem os nossos corações"
Não sei que escreveu, posso imaginar o contexto porque também o vivo. Ontem esta frase, num determinado lugar, bateu no meu coração. Quanto do nosso tempo é gasto a destruir o que se apresenta perante nós? Quando falo nisto, não falo necessariamente de grandes feitos e muito menos com falsos moralismos. Falo de vidas e de pessoas, e de pais e filhos. Falo do trabalho de alguém. Quantas e quantas vezes o nosso pensamento voa para o mal e não para o bem? O meu voa. Algumas vezes. E ontem alguém, seja ele ou ela quem fôr, escreveu numa parede colorida que a minha voz abre corações e modifica-os. A minha voz permite-me dizer a alguém o quanto ele é precioso, o quanto o seu esforço é uma recompensa futura. Há quem não ouça. Há quem não fale. Há quem não veja. Mas o amor, a ternura e a excelência da amizade sentem-se. Todos sentem. E todos a podem transmitir.
sábado, 15 de maio de 2010
E foi assim...
Foi há 1 ano atrás que mudei. Mudar não significa uma alteração para pior, mas significa obrigatoriamente uma diferença. Desde que engravidei da Inês passei a experimentar sentimentos que nunca tinha experimentado antes. O principal foi achar que não iria conseguir amar duas crinaças da mesma maneira, que iria passar a dar mais atenção a uma do que a outra, ou a preocupar-me com as duas de maneira diferente, porque os corações não se dividem. Foi nesta altura que chorei mais do que em qualquer momento da minha vida, porque achava que me estava a tirar ao Rodrigo. Isso representava uma injustiça muito grande. Hoje sei que o amor efectivamente não se divide. Sei também que não se gosta mais de um filho do que se gosta do outro. Dava a minha vida com a mesma intensidade por qualquer um deles. Sei que cada um tem o seu lugar e ser mãe é ser completa na tarefa dura de amar incondicionalmente o presente e o futuro que não aconteceu. Sei que os dois me preenchem como se não houvesse espaço para mais ninguém. Às vezes nem para mim.
Percebi que tudo ía mesmo mudar quando a Inês nasceu às 35 semanas e um dia. Quando acordei muito mais cansada do que o habitual. Tomei banho e comi. Quando disse aos meus sogros, que pintavam a minha casa desalmadamente: " - Vou deitar-me na cama um bocadinho para descansar!". Eram 10 horas e tinha dormido a noite inteira. Percebi que a Inês iria mudar mudar a minha vida quando a bolsa das águas se rompeu e eu pensei alto: " - Oh filha, era só mais um bocadinho!". Depois de verificar tudo como manda o protocolo: a cor, abundância, a ausência de cheiro das águas o resto foi tudo muito controlado. O stress desaperecu instantaneamente. A adrenalina dominou e liderei tudo, até mesmo no hospital onde eu não queria que a Maria Inês nascesse. Mas não tive tempo para riscos.
Era tão minúscula a minha filha e tão feia:). Mas era tão nossa e tão viva. Não sabia mamar, mas chuchou no dedo minutos depois de nascer. Gemia imenso, porque tinha frio. O resto são histórias que ficam para recordar. Hoje é uma fofura. Ama a vida. Tem pressa para tudo. Acorda a sorrir. Tem imensos dentes. Come tudo o que consegue apanhar. Faz birras e finge que chora. Ama o Rodrigo e cresce cada momento que se aproxima dele. Dorme a noite toda. Faz sestas. É muito teimosa e persistente. O Panda deverá ser num futuro próximo, o meu genro. Detesta vestir-se, mas sabe quando está linda de morrer. Dorme agarrada a uma almfoda que era minha e que é sem dúvida maior que ela. Chucha no dedo. Dança e bate palmas. Adora crianças. Sabe quando eu me vou embora embora sem eu sequer dizer: "-Adeus!". Um ano, princesa. Tu tens um ano e mudaste a minha vida porque quiseste aparecer nela. Porque já me levaste ao extremo da minha condição física quando literalmente querias respirar o meu ar, quando adormecias com o teu nariz colado ao meu. Amo-te canica.
Percebi que tudo ía mesmo mudar quando a Inês nasceu às 35 semanas e um dia. Quando acordei muito mais cansada do que o habitual. Tomei banho e comi. Quando disse aos meus sogros, que pintavam a minha casa desalmadamente: " - Vou deitar-me na cama um bocadinho para descansar!". Eram 10 horas e tinha dormido a noite inteira. Percebi que a Inês iria mudar mudar a minha vida quando a bolsa das águas se rompeu e eu pensei alto: " - Oh filha, era só mais um bocadinho!". Depois de verificar tudo como manda o protocolo: a cor, abundância, a ausência de cheiro das águas o resto foi tudo muito controlado. O stress desaperecu instantaneamente. A adrenalina dominou e liderei tudo, até mesmo no hospital onde eu não queria que a Maria Inês nascesse. Mas não tive tempo para riscos.
Era tão minúscula a minha filha e tão feia:). Mas era tão nossa e tão viva. Não sabia mamar, mas chuchou no dedo minutos depois de nascer. Gemia imenso, porque tinha frio. O resto são histórias que ficam para recordar. Hoje é uma fofura. Ama a vida. Tem pressa para tudo. Acorda a sorrir. Tem imensos dentes. Come tudo o que consegue apanhar. Faz birras e finge que chora. Ama o Rodrigo e cresce cada momento que se aproxima dele. Dorme a noite toda. Faz sestas. É muito teimosa e persistente. O Panda deverá ser num futuro próximo, o meu genro. Detesta vestir-se, mas sabe quando está linda de morrer. Dorme agarrada a uma almfoda que era minha e que é sem dúvida maior que ela. Chucha no dedo. Dança e bate palmas. Adora crianças. Sabe quando eu me vou embora embora sem eu sequer dizer: "-Adeus!". Um ano, princesa. Tu tens um ano e mudaste a minha vida porque quiseste aparecer nela. Porque já me levaste ao extremo da minha condição física quando literalmente querias respirar o meu ar, quando adormecias com o teu nariz colado ao meu. Amo-te canica.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Há um ano atrás
por esta altura eu sei muito bem o que é que estava a fazer. A resposta é: nada. Não fazia rigorosamente nada. Os meus dias resumiam-se entre escolher dormir no sofá ou na cama. Há um ano atrás por esta altura eu pesava mais 10 Kgs. Tinha varizes horripilantes até em sitios assim... pronto. Usava uma cinta e meias de descanso que passei a amar, tal não era a necessidade. Tinha um pequeno poltergeist na minha barriga que esfregava a cara e parecia que os braços queria sair para fora a qualquer custo. Há um ano atrás a minha casa estava a ser pintada e eu e o André dormíamos no quarto do Rodrigo, com ele. E foi uma galhofa. Há um ano atrás, exactamente neste dia, eu senti a necessidade de preparar o ninho. E preparei, sem dizer a ninguém o porquê. Eu não acreditava nessas coisas dos "antigos". Obriguei o André a fazer uma lista do que me faltava para a Maria Inês. Não uma lista qualquer. Uma lista com cores e quadradrinhos onde se podiam pôr cruzes naquilo que ia ficando tratado. Uma lista onde descrevi em pormenor onde estavam todas as coisas possiveis e imaginárias. Pedi-lhe para imprimir e para deixar sempre com ele. Ele não o fez. Há um ano atrás revi a mala do hospital mil vezes e coloquei a primeira roupa num envelope feito pela avó. A roupa mais pequenina que tinha. Há um ano atrás chorava imenso porque não podia pegar no Rodrigo ou dar-lhe de comer. Há um ano atrás contava os minutos para que durasse tudo mais um pouco e pedia encarecidamente à minha princesa para não ter pressa. Há um ano atrás devorava livros e séries e ... não, não comia muito, porque a Maria Inês adorava quando eu comia e eu não conseguia suportar aquela luta na minha barriga ,como se eu não contasse para nada. Como eu a amava e amo. Como eu a queria e quero. Como ela veio mudar a minha vida desde o primeiro dia da sua existência. Eu sei qual foi este dia:).
Dia 15 de Maio de 2010, eu conto o resto.
Dia 15 de Maio de 2010, eu conto o resto.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Pasmem-se os que me conhecem muito bem
A única vez que me lembro de não temer de morte as agulhas, sejam elas de que tipo, a análise ao sangue, a bela da vacina, a picada no dedo, enfim... foi durante a gravidez. Porquê? Não sei. Era por uma causa nobre excelente. Eu sou totalmente irresponsável no que toca às minhas vacinas e afins. Sou mesmo. Agora vem o bummmmm de toda esta conversa: sexta-feira fiz a primeira sessão de acupuntura. Pasme-se o mundo e eu própria. Tenho-me sentido muito mal. Cansada, tonta, cabeça leve, dor de cabeça... e supostamente não tenho mesmo nada. Fui radical e lembrei-me da medicina tradicional chinesa. Não é uma coisa daquelas esquisitas e obscuras. É uma coisa limpinha e muito, muito eficaz. Tremi dos pés à cabeça quando entrei lá. E disse que estava a morrer de medo. E disse que não sabia se acreditava que aquilo fosse funcionar. E disse também que estava cansada de me sentir mal e de não ter qualidade de vida. O "Dr." disse-me que tudo iria passar. Meteu as mãos na massa, leia-se nas minha costas. E eu estalei e estalei e estalei. " - Muito má esta cervical! Muitas tonturas, muitas tonturas!"( leia-se isto com sotaque do Norte da Europa). Depois vá de espetar as ditas agulhas. Dizem que não dói. A mim doeu-me. Na orelha foi o horror. Fiquei de molho uma hora. E não é que quando me levantei parecia outra pessoa? As tonturas desapareceram MESMO!!! Ainda não estou bem, mas vou ficar. Senti uma leveza nas costas como há muito tempo não sentia. Aliás nem me lembro já de como era bom.
Esta semana vou novamente. E vou com o mesmo medo e com a ideia de que vou para a cruz. No entanto, é por uma boa causa.
Esta semana vou novamente. E vou com o mesmo medo e com a ideia de que vou para a cruz. No entanto, é por uma boa causa.
domingo, 18 de abril de 2010
"- Devia de ir para umas termas, sozinha. Durante 15 dias!"
E quando de repente toda a gente resolve dizer o mesmo... a frase mais ouvida perante os meus queixumes dos últimos 2 meses é: "- Cansaço! Tem que descansar!". Hoje alguém teve a lata de dizer que eu deveria de ir para umas termas durante 15 dias. Por dentro tive vontade de apertar o pescoço da Sra-Dra-tão-bem-posta-que-até-enerva. Quinze dias!!!!???? Sozinha, sem a minha vida que está nestas duas criaturas pequeninas e sem a criatura grande com quem decidi viver até ao fim dos meus dias??? E depois levantam-se os que dizem que tenho que cuidar de mim, se eu não estiver bem, não vou poder fazer isto e aquilo e o outro. E eu sei isto tudo de cor e salteado. Porque não sou parva. Porque sou responsável e consciente de mim. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra bolas...que me enervam! Porque se está certo que tenho que descansar e moderar algumas coisas na minha vida, também está certo que são estas três pessoas que me alimentam todos os dias com a sua simples presença, com os sorrisos e lágrimas. Com as piadas tolas que me fazem rir sem parar. Deixá-los quinze dias? Só se não conseguisse suportar mais nada. Só o faria se a minha presença fosse pior para eles do que a minha ausência. Estou ofendida...
sexta-feira, 19 de março de 2010
Os nossos são sempre os melhores do mundo
Este é mais um dia comercial dizem muitos. Não serve para nada, só para gastar dinheiro, afirmam outros. Eu acho este dias importantes, simplesmente porque às vezes é preciso um dia marcado no calendário para nos lembrarmos MESMO das pessoas que supostamente são comemoradas. O meu pai, enfim... é sem dúvida o melhor do mundo. Por muitas razões, mas principalmente pela imparcialidade de amor.
O pai dos meus filhos é sem dúvida o melhor pai do mundo. Muitas vezes no meio de qualquer dentinho a romper ou birra de sono ou mil e uma coisas que os miúdos fazem:" - Deixa estar eu faço. Eu também sou mãe!". Na verdade ele também é mãe. Hoje passados três anos o André é sem dúvida o meu fiel substituto. Neste momento atreve-se a treinar a sensibilidade de mãe. Como é que possivel???
Ele é carinhoso, cuidadoso, preocupado, atencioso, com ideias muitos próprias em relação aos filhotes. Valoriza cada aprendizagem. Vê o melhor. Brincalhão. Muito, muito, muito responsável. Como todos os pais, não sabe combinar roupas, mistura cores e formas, mas mantem-nos quentinhos. Nunca sabe do body ou dos collants ou do casaco, se efectivamente não estiverem ali, à sua frente... Mas dá banhinhos como ninguém, e põe creme como se fosse a massagem da sua vida, e limpa ouvidos e seca cabelos e dá sopinhas. Quando ele chega, a casa recebe alegria, os olhinhos do Rodrigo e da Inês brilham, soltam-se gargalhadas e suspiros. O Rodrigo corre para uns braços que não acabam de tanto colinho. O bandido já chegou a chamar-lhe MÃE. A Inês salta e levanta os braços e esconde-se com vergonha e quer o pai com todas as forças que o seu pequeno corpo pode demonstrar.
E eu regalo-me. Agradeço a sorte que tenho por ter ao meu lado alguém como tu. Por seres o meu melhor amigo, por seres a minha vida. E como há quem diga: " Amas a vida, mas eu amo-te a ti!" porque tu és a minha vida. E pronto tá bem, eu também sou a tua :) porque isto és tu que me dizes.
Vamos estar sempre ao teu lado, vamos fazer sempre o impossivel por ti, vamos sempre honrar-te mesmo quando não estás, vamos sempre torcer pelas tuas vitórias e lutar as tuas batalhas, para que te sintas a pessoa mais feliz do mundo, para que a tua vida continue a fazer sentido, com a tua pequena, mas muito especial, familia. Amamos-te tesouro!
O pai dos meus filhos é sem dúvida o melhor pai do mundo. Muitas vezes no meio de qualquer dentinho a romper ou birra de sono ou mil e uma coisas que os miúdos fazem:" - Deixa estar eu faço. Eu também sou mãe!". Na verdade ele também é mãe. Hoje passados três anos o André é sem dúvida o meu fiel substituto. Neste momento atreve-se a treinar a sensibilidade de mãe. Como é que possivel???
Ele é carinhoso, cuidadoso, preocupado, atencioso, com ideias muitos próprias em relação aos filhotes. Valoriza cada aprendizagem. Vê o melhor. Brincalhão. Muito, muito, muito responsável. Como todos os pais, não sabe combinar roupas, mistura cores e formas, mas mantem-nos quentinhos. Nunca sabe do body ou dos collants ou do casaco, se efectivamente não estiverem ali, à sua frente... Mas dá banhinhos como ninguém, e põe creme como se fosse a massagem da sua vida, e limpa ouvidos e seca cabelos e dá sopinhas. Quando ele chega, a casa recebe alegria, os olhinhos do Rodrigo e da Inês brilham, soltam-se gargalhadas e suspiros. O Rodrigo corre para uns braços que não acabam de tanto colinho. O bandido já chegou a chamar-lhe MÃE. A Inês salta e levanta os braços e esconde-se com vergonha e quer o pai com todas as forças que o seu pequeno corpo pode demonstrar.
E eu regalo-me. Agradeço a sorte que tenho por ter ao meu lado alguém como tu. Por seres o meu melhor amigo, por seres a minha vida. E como há quem diga: " Amas a vida, mas eu amo-te a ti!" porque tu és a minha vida. E pronto tá bem, eu também sou a tua :) porque isto és tu que me dizes.
Vamos estar sempre ao teu lado, vamos fazer sempre o impossivel por ti, vamos sempre honrar-te mesmo quando não estás, vamos sempre torcer pelas tuas vitórias e lutar as tuas batalhas, para que te sintas a pessoa mais feliz do mundo, para que a tua vida continue a fazer sentido, com a tua pequena, mas muito especial, familia. Amamos-te tesouro!
quarta-feira, 17 de março de 2010
Peço desculpa:)
Ia eu no meu trajecto, muito concentrada nas minhas coisas de condutora, quando me apercebo que de um veículo estacionado à beira da estrada, se começa a esgueirar do banco traseiro para fora do carro, um pequenita criatura loirinha, de 1 metro, talvez. Escusado será dizer que antenas maternas se elevaram porque a miúda estava à beira da estrada e sendo esta uma EN os carros são mais do que muitos. Saído todo o belo corpinho, a miúda/senhora deve ser bem mais velha do que eu. Shame on me!!!
terça-feira, 16 de março de 2010
Eu não era capaz
É de si impossivel conceber o desaparecimento das pessoas que amamos. É quase anti natura esta concepção de perda. Digo isto porque hoje vi no vidro traseiro de uma viatura uma fotografia, que ocupava todo o vidro, de uma rapariga que deverá ter falecido vitima de acidente, tinha a data e entre parentesis IC2. Fiquei perplexa...Eu não era capaz...
segunda-feira, 15 de março de 2010
Planos para quê?
Hoje para aproveitar o sol decidi ir com a princesa até à praia. Neste meu processo de relaxamento involuntário pareceu-me boa ideia. Já estava a imaginar-nos na areia a passear e a brincar muito. Pois... Maria adormeceu no trajecto, dormiu durante a paragem e saí de lá com ela a roncar no banco traseiro. Tão fofinha a minha filha.
sexta-feira, 12 de março de 2010
E o sol brilha lá fora...
Hoje dormimos todos cá por casa que nem verdadeiras pedras, à excepção da Maria Inês que às 7 horas estava acordadinha que só visto. Ela riu e brincou e tossiu (chamada de atenção) e ficou caladinha como se não nos quisesse acordar. Escusado será dizer que quando finalmente acordamos, estavamos todos muito atrasados. Começou a azáfama. Despir pijamas e vestir roupinhas. As fraldas e os leites. E eu apenas concentrada na ideia de que não vale a pena o stress, se estamos todos bem dispostos, ainda que atrasadíssimos. É assim que tenho que pensar sempre. O sol brilha, estou vivinha da silva, tenho uns filhotes maravilhosos e um marido excepcional. Hoje vamos sair à noite. Até me dá vontade de rir só de pensar há quanto tempo isto não acontece. Eu e o André, jantar sozinhos com os amigos? Estou tão excitada que nem sei o que vestir. Ai ai!
quinta-feira, 11 de março de 2010
E quando pensamos que pode não haver amanhã?
Parece drástico, eu sei! Mas é possivel. Nós temos o dia de amanhã demasiado garantido nas nossas cabeças, a prova disso é que todos os nossos planos são para amanhã: "- Ah amanhã telefono!" ou quem sabe : " Amanhã vou tentar não me esquecer de...". Isto já para não falar dos planos que fazemos, bem mais complexos, que são adiados para o mês que vem ou para o ano. E se de repente alguém nos disser: " - 185 de Máxima e 100 de Mínima!!! Sabia que pode ter um derrame cerebral? Os derrames cerebrais não são para os velhos, são para novos como você!". O mundo pára. Mas pára mesmo. Ali naquele instante revemos num ápice as nossas prioridades, com o que gastamos tempo e fôlego, com o que nos consome e não devia consumir, com quem passamos tempo e com quem gastamos tempo. Naquele momento, o querer ser tudo para todos, o querer fazer tudo certo, querer ser a mãe que ensina o xixi, que ensina a comer, que ensina a brincar, que brinca, que ensina a correr e corre também, que fala e ensina a falar, que ama, que penteia e dá banho e sopinha a um, para ensinar o outro a comer sopinha, que se preocupa com a roupa, com os quartos, com a farda lavada para o colégio e com os laços e os creme hidrantes, com Pocoyos desta vida, o querer ser a mulher ideal, bem vestida e perfumada, com pele de seda ao toque, com cabelos brilhantes e arranjados, com sapatos altos e vestidos curtos, com o peso ideal e a conversa certa, culta, que lê livros e cozinha bem, que é sexy e que ama o marido... e tudo e tudo e tudo...Cai por terra e é substituido pelo grito abafado e silencioso que diz: "Eu não quero morrer!!!!"
Os nossos filhos precisam de nós, é certo. O nosso marido também claramente. Mas e nós? Nós temos que precisar de nós muito mais do que todos precisam. Temos que encontrar um espaço para nós. Temos que voltar atrás e descobrir onde é que ficamos no meio da maternidade e no meio de tudo o que passou a governar a nossa vida. É imperativo que aconteça. Quando isso acontece, não há sustos destes. Não há medos e seremos todos muito mais felizes debaixo da espontaneidade que sempre nos governou.
Vou pensar muito nisto. Estou bem, com medicação para a hipertensão e um aviso: "Arranje tempo para si! O seu exercício físico não pode consistir em tratar dos seus bebés."
Tenho dito. Amo a minha vida.
Os nossos filhos precisam de nós, é certo. O nosso marido também claramente. Mas e nós? Nós temos que precisar de nós muito mais do que todos precisam. Temos que encontrar um espaço para nós. Temos que voltar atrás e descobrir onde é que ficamos no meio da maternidade e no meio de tudo o que passou a governar a nossa vida. É imperativo que aconteça. Quando isso acontece, não há sustos destes. Não há medos e seremos todos muito mais felizes debaixo da espontaneidade que sempre nos governou.
Vou pensar muito nisto. Estou bem, com medicação para a hipertensão e um aviso: "Arranje tempo para si! O seu exercício físico não pode consistir em tratar dos seus bebés."
Tenho dito. Amo a minha vida.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Trânsito na caminhada
Quando há pessoas que criam trânsito ao andar a pé, nem quero imaginá-las a andar de carro...Bolas que nervos!
sábado, 30 de janeiro de 2010
A nossa pele
Esta é uma semana de algumas pequenas grandes decisões. O projecto que borbulha cá dentro pode finalmente ter asinhas para voar. Depois vou escrevendo sobre o assunto.
Desde que fui mãe, e que durante a gravidez, principamente da Inês, algumas coisas não correram como esperado, fiquei com um pequeno desejo no meu coração: um dia trabalhar com mães grávidas ou pós parto. Este trabalho seria um trabalho emocional e completmente inserido na minha futura formação. As grávidas passam por transformações muitas vezes levadas ao extremo, físicas, mas principalmente, e a meu ver, emocionais. Tudo é novo, até na segunda gravidez. Não quero com isto dizer que é uma transformação negativa. É uma transformação que por si só vale o que vale. Temos que lidar com um turbilhão de sentimentos desconhecidos. Lê-los em livros é diferente de os sentir na pele. Por mais amadas que sejamos, por mais compreendidas e queridas, cá dentro há sempre qualquer coisa que não conseguimos traduzir por palavras e que nos tornam ansiosas e inseguras. Eu tive essa necessidade. O Rodrigo era muito bebé (19 meses) quando engravidei da pequena Xi, e a dada altura senti que lhe estava a falhar. Senti muitas vezes a frustação e a amarga tristeza de nem banhinho lhe poder dar. E os danos que isto provoca em nós? Toda a gente à nossa volta nos ajuda, quem tem essa sorte, eu tive, mas nós vestimos um fato que se torna a nossa pele: SOMOS MÃES. Somos nós que devemos estar para tudo, somos insubstituiveis, ninguém sabe como nós, sente como nós, acarinha ou entende como nós. Deixar de fazer esforços é fácil de dizer. Quando temos outro bebé é muito díficil de cumprir porque é um total paradoxo.
Eu tinha e tenho imensa necessidade de falar e de ser ouvida. Isto despertou uma luzinha cá pelas minhas entranhas e vamos ver no que vai dar...
Desde que fui mãe, e que durante a gravidez, principamente da Inês, algumas coisas não correram como esperado, fiquei com um pequeno desejo no meu coração: um dia trabalhar com mães grávidas ou pós parto. Este trabalho seria um trabalho emocional e completmente inserido na minha futura formação. As grávidas passam por transformações muitas vezes levadas ao extremo, físicas, mas principalmente, e a meu ver, emocionais. Tudo é novo, até na segunda gravidez. Não quero com isto dizer que é uma transformação negativa. É uma transformação que por si só vale o que vale. Temos que lidar com um turbilhão de sentimentos desconhecidos. Lê-los em livros é diferente de os sentir na pele. Por mais amadas que sejamos, por mais compreendidas e queridas, cá dentro há sempre qualquer coisa que não conseguimos traduzir por palavras e que nos tornam ansiosas e inseguras. Eu tive essa necessidade. O Rodrigo era muito bebé (19 meses) quando engravidei da pequena Xi, e a dada altura senti que lhe estava a falhar. Senti muitas vezes a frustação e a amarga tristeza de nem banhinho lhe poder dar. E os danos que isto provoca em nós? Toda a gente à nossa volta nos ajuda, quem tem essa sorte, eu tive, mas nós vestimos um fato que se torna a nossa pele: SOMOS MÃES. Somos nós que devemos estar para tudo, somos insubstituiveis, ninguém sabe como nós, sente como nós, acarinha ou entende como nós. Deixar de fazer esforços é fácil de dizer. Quando temos outro bebé é muito díficil de cumprir porque é um total paradoxo.
Eu tinha e tenho imensa necessidade de falar e de ser ouvida. Isto despertou uma luzinha cá pelas minhas entranhas e vamos ver no que vai dar...
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
E depois da varicela...
Duas semanas em casa para o meu filho é sem dúvida o pior castigo qe alguma vez lhe poderei aplicar. Ele anda para a frente e para trás. Ele já não quer saber dos brinquedos dele. Ele agora brinca com os utensílios da lareira e com as gavetas e com tudo o que não é suposto. A expressão dos avós encaixa na perfeição: " - Está preso!"
Quem tem ficado com ele é o super papá, que entretanto adoeceu também. Eu levei durante este tempo a I. para a casa da minha mãe, diariamente. E qual é o espanto se disser que também ela adoeceu de uma virose-daquelas-que-são-chatas-e-demoram-a-largar?Nenhum.
Agora saradas as feridas, literalmente, acabadas as febres e os ranhos estamos de volta. Eu sobrevivi. Deixaram-me ter ranho durante 2 dias. Bom não é?
Exame de estatística dia 2 de Fevereiro. É a minha cruz. Há quem tenha varicela, enxantemas súbitos, otites e amigdalites. Eu tenho ranho e um exame de estatística.
Quem tem ficado com ele é o super papá, que entretanto adoeceu também. Eu levei durante este tempo a I. para a casa da minha mãe, diariamente. E qual é o espanto se disser que também ela adoeceu de uma virose-daquelas-que-são-chatas-e-demoram-a-largar?Nenhum.
Agora saradas as feridas, literalmente, acabadas as febres e os ranhos estamos de volta. Eu sobrevivi. Deixaram-me ter ranho durante 2 dias. Bom não é?
Exame de estatística dia 2 de Fevereiro. É a minha cruz. Há quem tenha varicela, enxantemas súbitos, otites e amigdalites. Eu tenho ranho e um exame de estatística.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
SOS esquentadores!!!
Ah pois é... Quando eu pensava que já tinha visto muito, eis que o meu esquentador avaria. A bela e desenrascada da Susana mete mãos à obra, à procura do dito do especialista para resolver o problema. Opá... não vou dizer o nome, nem a empresa porque apesar do figurão, adorei o homem. Mesmo ao telefone quase, mas foi quase, que lhe tirei a pinta toda. Disse ao meu Sr. Esposo:"- Faz como quiseres, mas quando o Sr. L. vier cá a casa, quero-te aqui!".
Passo a descrever: Bota de bico preta e calça de ganga boca de sino; camisola de lã, grossa e de gola alta, com maguinha arregaçada; cabelo ao caracol e olho azul, after -shave...enfim nem sei o que dizer. Ah e uma bata azul, muito importante!
O dito entra como se já nos conhecesse. Tudo bem, porque eu também gosto de pessoas assim. Abre a mala das ferramentas e saca de uma chave inglesa. Num gesto rápido como de fosse sacar de uma pistola aponta para o esquentador e ouve-se: " - Arghhhhhhhhhhhhhh!". Posto isto desaperta o dito e eis que faz o seu diagnóstico. Eu fugi. Literalmente. Não me consegui conter. O meu Sr. Esposo mantem-se hirto e consegue dominar a postura que teimava em sucumbir perante tal individualidade. Conto-nos a vida que tinha, os clientes que tinha, as bifanas que comia pelo caminho.Enfim, depois desta entrada abrupta no nosso equipamento o Sr. L. só não jantou, porque antes tinha passado não sei onde tinha comido uma " sande de queijo com presunto muita manhosa" e bebido uma mini.
O esquentador tem os dias contados, mas ficou a funcionar. O contacto do Sr. L. ficou na agenda para futuras necessidades. Afinal não sou tão má a encontrar especialistas em electrodomésticos como em marcar férias (fica para depois).
Passo a descrever: Bota de bico preta e calça de ganga boca de sino; camisola de lã, grossa e de gola alta, com maguinha arregaçada; cabelo ao caracol e olho azul, after -shave...enfim nem sei o que dizer. Ah e uma bata azul, muito importante!
O dito entra como se já nos conhecesse. Tudo bem, porque eu também gosto de pessoas assim. Abre a mala das ferramentas e saca de uma chave inglesa. Num gesto rápido como de fosse sacar de uma pistola aponta para o esquentador e ouve-se: " - Arghhhhhhhhhhhhhh!". Posto isto desaperta o dito e eis que faz o seu diagnóstico. Eu fugi. Literalmente. Não me consegui conter. O meu Sr. Esposo mantem-se hirto e consegue dominar a postura que teimava em sucumbir perante tal individualidade. Conto-nos a vida que tinha, os clientes que tinha, as bifanas que comia pelo caminho.Enfim, depois desta entrada abrupta no nosso equipamento o Sr. L. só não jantou, porque antes tinha passado não sei onde tinha comido uma " sande de queijo com presunto muita manhosa" e bebido uma mini.
O esquentador tem os dias contados, mas ficou a funcionar. O contacto do Sr. L. ficou na agenda para futuras necessidades. Afinal não sou tão má a encontrar especialistas em electrodomésticos como em marcar férias (fica para depois).
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