Parece drástico, eu sei! Mas é possivel. Nós temos o dia de amanhã demasiado garantido nas nossas cabeças, a prova disso é que todos os nossos planos são para amanhã: "- Ah amanhã telefono!" ou quem sabe : " Amanhã vou tentar não me esquecer de...". Isto já para não falar dos planos que fazemos, bem mais complexos, que são adiados para o mês que vem ou para o ano. E se de repente alguém nos disser: " - 185 de Máxima e 100 de Mínima!!! Sabia que pode ter um derrame cerebral? Os derrames cerebrais não são para os velhos, são para novos como você!". O mundo pára. Mas pára mesmo. Ali naquele instante revemos num ápice as nossas prioridades, com o que gastamos tempo e fôlego, com o que nos consome e não devia consumir, com quem passamos tempo e com quem gastamos tempo. Naquele momento, o querer ser tudo para todos, o querer fazer tudo certo, querer ser a mãe que ensina o xixi, que ensina a comer, que ensina a brincar, que brinca, que ensina a correr e corre também, que fala e ensina a falar, que ama, que penteia e dá banho e sopinha a um, para ensinar o outro a comer sopinha, que se preocupa com a roupa, com os quartos, com a farda lavada para o colégio e com os laços e os creme hidrantes, com Pocoyos desta vida, o querer ser a mulher ideal, bem vestida e perfumada, com pele de seda ao toque, com cabelos brilhantes e arranjados, com sapatos altos e vestidos curtos, com o peso ideal e a conversa certa, culta, que lê livros e cozinha bem, que é sexy e que ama o marido... e tudo e tudo e tudo...Cai por terra e é substituido pelo grito abafado e silencioso que diz: "Eu não quero morrer!!!!"
Os nossos filhos precisam de nós, é certo. O nosso marido também claramente. Mas e nós? Nós temos que precisar de nós muito mais do que todos precisam. Temos que encontrar um espaço para nós. Temos que voltar atrás e descobrir onde é que ficamos no meio da maternidade e no meio de tudo o que passou a governar a nossa vida. É imperativo que aconteça. Quando isso acontece, não há sustos destes. Não há medos e seremos todos muito mais felizes debaixo da espontaneidade que sempre nos governou.
Vou pensar muito nisto. Estou bem, com medicação para a hipertensão e um aviso: "Arranje tempo para si! O seu exercício físico não pode consistir em tratar dos seus bebés."
Tenho dito. Amo a minha vida.
5 comentários:
É terrível as mães deixarem de pensar em si próprias. Ainda bem que foi só um susto no teu caso. Fizeste-me pensar que eu também tenho de me lembrar disso.
Ola Susana!
Espero que estejas bem!!!
Ponho-me no teu lugar, e tens toda a razão, todas nós queremos ser as melhores mães , esposas , donas de casa funcionárias e nós?!!!! onde nos encaixamos?!!
Ficamos sempre p trás...
Beijinhos e descansa
Quando tiver novidades em relação a Joana digo te alguma coisa, ou envia me o teu n de tlm envio msn
beijos grandes
Lindinhas, esta é mesmo a realidade. Acho que está impresso no código genético este pulso firme sobre o nosso papel por aqui, mas temos que aprender a equilibrar o pratos da balança:) Foi mesmo só uma pequena chamada de atenção da mãe Natureza:)
Foi mesmo uma pequena chamada de atenção da Mãe Natureza, que assusta muito, temos sem a maior sombras de dúvidas cuidar muito de nós e aproveitar todas as regalias da Vida…
As melhoras,
Besitos
Ps. Gosto muito do seu trabalho:)
Amiga e mana do meu coração... só agora descobri o teu cantinho!!! apanhei um susto ao lêr teu post... sabias que te amo muito???? fiquei triste por ti.. mas principalmente por nós.. por estar tão perto e tão longe... chorei.. e tenho coração apertadinho!!! por favor arranja um tempinho para podermos estar juntas para descansar meu coração!!!
e parabéns.. escreves maravilhosamente.. estou orgulhosa!!! :)
beijo
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